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Já pensou em ser sócio de um banco compartilhado?

  • Foto do escritor: Nós
    Nós
  • 1 de out. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de nov. de 2019

Conheça o conceito e os desafios do cooperativismo financeiro no País



As cooperativas financeiras têm os mesmos serviços de um banco – débito, crédito, financiamento, investimento e muito mais. A diferença é que não há dono: todos os cooperados se tornam sócios e são responsáveis pelas decisões, rendimentos e prejuízos. Nelas, os lucros são chamados de “sobras” e são distribuídos de forma proporcional a participação de cada membro; e o mesmo acontece no caso de falência.


Não há forma mais pura de economia colaborativa. Afinal, a cooperativa de crédito nada mais é do que uma instituição financeira compartilhada e que ainda promove a educação financeira. Mas, por que grande parte da população brasileira ainda não faz parte deste modelo? O professor de engenharia econômica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Pascalicchio, explica o conceito, as vantagens e os desafios do cooperativismo no País.



A cooperativa funciona como um banco?

Ela é, na verdade, um conceito superior ao do banco. No banco você oferece um serviço para toda a sociedade, e a fiscalização que tem que ser aberta a toda a sociedade – e não é realizada por toda a sociedade de correntistas. Já os cooperados não deixam de acompanhar os resultados de cada cooperativa

diariamente pelo site da instituição. Isto porque o cooperado tem muito mais educação financeira, e é obrigado a ter muito mais educação financeira, do que a maioria dos correntistas de uma grande instituição.



Por que as pessoas se tornam cooperadas?

O primeiro motivo é a comunhão de interesses comuns, ou seja, os interesses comuns das atividades fazem com que atividade da cooperativa seja específica. Por exemplo, financiamento de uma máquina, equipamentos, linha de crédito. Uma cooperativa não oferece serviços desnecessários, uma cooperativa de crédito atende a objetivos específicos.



O cooperativismo financeiro pode ser considerado uma forma de capitalismo consciente? Por quê? Quem ele beneficia?

O cooperado não visa lucro e por não visar lucro, os benefícios são maiores e, consequentemente, as taxas menores. As cooperativas também têm nichos específicos e grande comprometimento social com os associados. A captação de recursos e a taxa de juros têm uma finalidade específica e, com isso, a taxa é diferenciada, por isso é procedimento super consciente. E, além das atividades que os cooperados exercem, eles também exercem uma atividade social: tudo o que você consegue além da sua atividade principal básica, em relação a atividades financeiras, é um avanço. A cooperativa financeira pressupõe uma educação financeira que a maioria dos brasileiros não possuem. É um diferencial muito grande!



Se o cliente é também dono da cooperativa e recebe uma parte dos “lucros” que ela dá, ele também arca com os prejuízos? O que acontece se ela falir?

Sim, os cooperados participam tanto na alegria e quanto na tristeza, ou seja, eles participam tanto no rateio dos lucros quanto nos desafios dos prejuízos. Sem dúvidas é porque pressupõe uma educação financeira superior, avançada, com uma finalidade específica e você se torna membro de uma associação com o objetivo específico de colaborar com outros membros associados da cooperativa. Eu diria que pouquíssimas pessoas têm esse nível de consciência financeira no Brasil. Repare que, além da atividade principal, a pessoa precisa ter noções de finanças. Por exemplo, um agricultor, além de conhecer sobre plantio, máquinas e equipamentos, administrar uma fazenda, gerenciar etc., ele precisa entender sobre finanças para integrar uma

cooperativa. Neste sentido eu acho que os cooperados têm informação financeira diferenciada.



Você acha que a falta de educação financeira influencia no fato de os bancos ainda estarem acima das cooperativas no número de correntistas?

Claro, sem dúvida! É pela falta de educação financeira também que temos uma concentração nas cinco grandes instituições bancárias (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica), que concentram cerca de 80% dos depósitos realizados pelos brasileiros e brasileiras em consequência da rede de agências que possuem. Qual é a consequência disso? Taxa de juros elevada e poucas instituições já que o mercado todo é controlado por essa cinco. Nesse caso, a pressão dessas instituições é muito grande, porque tem muitos associados – são duas instituições federais dentro delas. Esse mix público/privado às vezes dificulta a ação de algumas instituições para popularizar ou aumentar a educação financeira na rotina do brasileiro.


Como eu falei os cooperados arcam tanto na alegria quanto na tristeza. Eles recebem a distribuição dos lucros ou recebem a distribuição dos prejuízos. Com isso, o conceito de falir é diferente numa instituição com a fiscalização do Banco Central, que atua no mercado financeiro. São os associados que bancam com os prejuízos de uma cooperativa de crédito. Se houver falência não é uma coisa fácil, você fica comprometido o resto da vida e como resultado o comprometimento envolve os associados; e eles são responsáveis pela alegria e pela tristeza de uma cooperativa de crédito.

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